Para os cabalistas de plantão, 113 dias.
Vou falar um pouco sobre o funcionamento de órgãos internos e como o ambiente intra bolsa amniótica encontra-se em perfeito equilíbrio.
Nesta idade o bebê já faz uso dos rins e estes estão a todo vapor. Os metabólitos que antes eram exclusivamente retirados por meio das trocas placentárias passam também a serem eliminados por meio da urina.
Isso mesmo. O bebê faz xixi no líquido amniótico.
Fisiologicamente falando, a urina é rica em ácido úrico, elemento irritante para uma pele tão sensível e que ainda não está totalmente apta a suportá-la. Mas a natureza é muito sábia e dispõe de artifícios para combater este efeito.
Começa então aparecer em todo o feto uma espécie de lã, ou seja, o lanugo. Simultaneamente glândulas já presentes na pele produzem um sebo de nome vérnix caseosa que ao ser secretada se adere ao lanugo formando uma camada protetora resistente ao ataque dos ácidos.
Esta camada protegerá o bebê até que a pele fique pronta e consiga ser imune ao ácido, período em que começa-se a se soltar lá pelos 6 ou 7 meses de gestação.
Até lá o bebê continua exercitando as capacidades de sugar e deglutir, vitais para a sua sobrevivência fora do útero. Até lá também o líquido amniótico é clarinho como a água.
Com o início do descolamento do lanugo, o líquido até então límpido para a ter a aparência de água de côco, ou seja, se colocássemos em um copo ele estaria mais leitoso e com uns grumos flutuando.
Isto é essencial para os dois últimos meses pois, ao deglutir essas partículas, começará a se formar um bolo fecal que preparará o intestino.
Este bolo, ao se deslocar pelo trato intestinal vai abrindo caminho.
Após o nascimento, o bebê evacua a primeira vez. Este cocô é conhecido como mecônio e é oriundo da ingestão do lanugo e da vérnix caseosa presente no líquido amniótico.
Acho que isso responde a uma dúvida frequente: De onde vem o mecônio se o bebê nunca comeu nada?
Na verdade ele comeu sim. Concordam?
Lanugo
Vérnix
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